domingo, 10 de outubro de 2010

ENQUANTO ISSO, NA SALA DE JUSTIÇA (2)
Neste segundo turno teremos Dilma e Serra na briga pela Presidência. E cada um deles buscará seus apoios a fim de angariar votos. Um dos que já começou essa corrida foi o Serra, pedindo o apoio da Marina. Segundo a senadora, ela vai consultar o PV para verificar quem será apoiado ou se eles não vão apoiar ninguém.
Muita gente se deixou enganar pelo discurso da candidata ecológica. Evangélica, defensora do meio ambiente, de origem pobre, tem um discurso que as pessoas buscam como se buscou à época da primeira vitória de Lula. Infelizmente não é bem assim.
Marina é pouco conhecida e seus escândalos são menores que do Serra e do Lula. Entretanto, memória política é uma coisa que pouco se vê neste Brasil. Hoje escreverei sobre o que eu sei da Marina.
Marina foi do PT, de uma linha daquele partido mais ligada aos grandes empresários e que hoje se uniram ao Lula (sim, Lula deixou de ser socialista faz tempo. Quem o acusa de socialista ou comunista realmente não sabe o que fala). Dilma não é diferente. Marina também não.
Foi um golpe para alguns integrantes do PV quando Marina convidou Guilherme Leal para ser seu vice na chapa. Leal é o sócio-fundador da Natura e grande amigo da Marina. Sua atividade com ela mais intrigante foi quando a candidata lutou contra os índios do Pantanal, para que eles cedessem seus direitos em prol da Natura Cosméticos, na época que ela era Senadora. As comunidades a processaram porque ela intermediou sem licitação ou consulta popular, uma parceria entre a Natura e o governo do Acre. As informações sobre o uso do murmuru pelos índios ashaninka foram pirateados pela senadora e agora os índios pedem compensação financeira, como exige a MP 2186/2001. O produto se chama Natura Ekos.
Quando Ministra do Meio Ambiente, Marina apoiou a lei de exploração da Amazônia e desestruturou o IBAMA, favorecendo a contratação de ONGs para o serviço de fiscalização. A LF 11284/2006, de sua autoria, permite o uso e concessão de meio milhão de hectares da Amazônia para exploração de empresas privadas de cunho internacional, como a Pirelli (que coincidentemente foi a maior doadora da campanha do PV). Tal ação criou críticas no governo federal e o Lula acabou demitindo a Ministra, hoje Senadora. Engraçado é, agora, ela criticar os próprios projetos deixados enquanto ministra.
Inclusive, existe a Lei de Fidelidade Partidária, que não foi cumprida por Marina. Ao mudar de partido, ela deveria abandonar o cargo. Entretanto, uma ONG ligada aos movimentos de transparência política a processa pelo fato. A ação perdura.
Outro fato interessante da Marina, foi quando ela, “equivocadamente”, lamentou em seu twitter a morte de José Saramago e, depois de críticas feitas por seus pastores, porque ele era ateu e comunista, ela se desculpou e concordou com todos que não deveria se lamentar pela morte do escritor e saiu pela tangente, dizendo que “a vida é um dom dado por Deus para quem crê e para quem não crê. Louvado seja Deus” e que "o que aprendemos com Jesus é que temos que amar e respeitar todas as pessoas, mesmo as que não respeitam a nossa fé”.
Marina sabe se portar como boa moça. Assim como o Serra sobre os tais genéricos. O fato de que o Serra ser sócio-majoritário da Teuto, a maior fabricante de genéricos do país, isso ninguém divulga. O Serra é bonzinho. A Marina é boazinha. Infelizmente, meus caros, na política não existem altruístas, mas defensores de ideais. Cada um tem o seu. Falam do Lula, da Dilma, do Serra, do Beto. Mas a Marina também tem seus interesses.

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